quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sangue Quente (Lá Em Baixo)



Para muita gente, e apesar de todos os livros desmentirem categoricamente os mitos a esse respeito, sexo e gravidez continuam a não ser passíveis de mistura.
Em cerca de 40 por cento dos casais subsiste o receio de que a prática sexual durante a gravidez possa, de alguma forma, magoar o feto.
Ainda que os médicos lhes digam, de forma peremptória e quase imperativa, que a gravidez está a correr lindamente e que nada obsta à manutenção da sua vida sexual normal, à cautela… (não vá o diabo tecê-las) o melhor é a abstinência.
E como esquecer a presença daquele ser, no pico da intimidade do casal?
Mais de 80 por cento dos casais afirmam não conseguirem abstrair-se da presença do bebé, quando têm sexo durante a gravidez! Não só receiam que o filho, de alguma forma, sinta que os pais estão na sem-vergonhice, como alguns exprimem mesmo o receio de que a criança os veja naquela figura!
O que irá pensar dos pais?
Convenhamos que fazer sexo com um menor no meio não será das coisas mais estimulantes para a maioria dos casais, (tem qualquer coisa de pedofilia, se bem que descriminalizada) sobretudo se o menor for o próprio filho (agora é o incesto que vem de imediato à lembrança…).
Que raio de médicos são estes que querem, à viva força, que pratiquemos sexo à frente dos nossos filhos!
É verdade que há situações extremas em que o sexo durante a gravidez não é recomendável. Mas na esmagadora maioria dos casos o mesmo não só pode como deve ser praticado. É uma condição essencial para aproximar ainda mais e ajudar a descomprimir o casal, geralmente com o stress em alerta vermelho devido ao iminente nascimento do filho, ao receio do parto, etc…
E convém não esquecer que, depois do parto, vão passar algum tempo a pão e água… Por isso aproveitem, porque entre a recuperação do parto, as depressões pós-parto e as noites mal dormidas por causa do rebento, o mais certo é terem de esperar alguns meses até voltarem a ter uma vida sexual digna desse nome!
Um dado no mínimo curioso é o facto de serem mais os homens do que as mulheres a emprenharem pelos ouvidos, no que à mitologia pré-natal respeita. Segundo as estatísticas americanas (o que estaria eu a fazer se não fossem as estatísticas americanas…) o número de homens obcecados com os fantasmas do sexo pré-natal é sensivelmente o dobro do das mulheres.
Julgava que, com as enxaquecas e os vómitos matinais, os inchaços nas pernas e nos braços, as dores no peito, as perdas de líquido amniótico, o trauma da antecipação do parto e todas as outras maleitas que, em rol interminável, surgem durante a gravidez, eram as mulheres quem fugia do contacto sexual com os maridos?
Desengane-se… porque apesar de tudo isso (ou se calhar por causa de tudo isso) as mulheres andam com as hormonas em sobressalto durante a gravidez (é espantosa a qualidade do meu vocabulário técnico, não é?) e com uma vontade enorme de saltar para cima do estimado leitor!
Uma americana resumiu de forma brilhante (e com uma linguagem técnica quase tão rigorosa quanto a minha) a sexualidade das grávidas:
“Dizem que andamos com o sangue quente, lá em baixo. Por isso recomendo-vos muito sexo durante a gravidez. Vai ser ainda melhor do que antes!”
São os homens sobretudo que, durante a gestação do feto, fogem a sete pés das mulheres, com medo que os obriguem a fazer sexo com elas.
Porquê?
Bem, a desculpa é o nascituro…
- Querida, é melhor não, pode fazer mal à criança…
- Não sei porquê, mas faz-me impressão, parece que o bebé nos está a ver!
Desculpas!
Chamem-me superficial, mas cá para mim, os homens estão tão obcecados com aquelas imagens de beleza feminina protagonizadas por top-models anorécticas que, a mera visão da mulher com mais vinte quilos em cima, ainda por cima concentrados no ventre, assusta-os!
O problema não é a criança mas sim a falta de vontade do homem!
Olhem, se calhar sou um tarado (algumas leitoras já tinham chegado a essa conclusão há muito tempo mas, que querem, mais vale tarde que nunca!), mas a mim a gravidez nunca me fez impressão nenhuma…
Pelo contrário, acho-a um estado lindíssimo e sensual na mulher. Com aqueles corpos redondos, as maminhas enormes, quase a explodir, mamilos escuros do tipo extra-large e uma vontade enorme e constante de me saltarem para cima (devido ao fenómeno a que muito adequada e tecnicamente apelidei de ”hormonas em sobressalto” e que outros estudiosos denominam por “sangue quente, lá em baixo”) … As grávidas são uma delícia!
Ainda por cima, como geralmente têm complexos porque estão gordas, enormes, inchadas e nada sensuais (pensam elas…) ficam profundamente agradecidas quando um homem, ao invés de se repugnar com o seu estado interessante, demonstra interesse em ter sexo com elas!
Digam lá os leitores homens quantas vezes na vida sentiram as vossas companheiras agradecidas por vocês quererem ter sexo com elas?
A maior parte das vezes é um sarilho para as meter na cama, quanto mais para o resto! Nós é que andamos a vida toda a agradecer-lhes:
- Obrigado querida, deixaste-me muito feliz…
- Obrigado nada! Agora não te esqueças de lavar a loiça toda durante um mês antes de me voltares a chatear!
Se estivesse grávida, a sua companheira fazia o jantar, lavava a loiça, metia os putos na cama e ainda ia ter convosco, no fim da bola, de negligé vestido a convidar-vos para uma cambalhota XL na cama!
E ficava agradecida!
Para além das outras vantagens que o estado expectante provoca:
a) deixam de gastar dinheiro em preservativos e outros métodos anticoncepcionais;
b) deixam de ter de usar os preservativos (que, convenhamos, são tão agradáveis na hora da verdade como uma gabardina no duche!);
c) adeus menstruação (são nove meses sempre a aviar, sem interrupções mensais inoportunas);
d) não há risco de gravidez, porque grávida já ela está!
Portanto, são só vantagens e ainda assim os homens não gostam!
Decididamente a inteligência não é a especialidade de muitos homens…
Digo-vos uma coisa: os antigos é que a sabiam toda... Tinham filhos às dúzias, pelo que andavam com as mulheres sempre grávidas. Divertiam-se à grande e à francesa, com as esposas sempre atrás deles à procura de sexo. Faziam tudo lá em casa sem nunca reclamar e ainda agradeciam ao homem o “favor” de se meter na cama com elas ao fim do dia!
Por isso duravam tanto os casamentos! Andavam todos felizes de gravidez em gravidez: eles porque tinham sexo com fartura e não tinham trabalho nenhum em casa; elas por puro reconhecimento aos maridos.
No fundo, a gravidez é a melhor vacina contra os divórcios até hoje inventada.
Os casais actuais não querem ter filhos e depois vêm as comichões do quarto ano e as separações e divórcios…
Querem viver “felizes para sempre”? Acabem com os contraceptivos!
Digam lá que esta leitura não é educativa.

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