quarta-feira, 9 de abril de 2008

Promiscuidades


Um estudo levado a cabo na Alemanha, com cerca de 2.000 pessoas, concluiu que os homens mentem mais do que as mulheres.
Nenhuma surpresa, portanto, já que da fama ninguém nos livra…
Porém, a vitória das mulheres foi tangencial: entre estas, 7 em cada 10 evitavam mentir; já nos homens o número caiu para 6 em cada 10.
O estudo não abordava apenas as mentiras conjugais, no entanto, qualquer um de nós é naturalmente impelido, ao ler estas estatísticas, a pensar na proverbial infidelidade conjugal masculina.
Serão os homens mais infiéis do que as mulheres ou isso é coisa de más-línguas? (a língua comprida das mulheres é, pelo menos, tão proverbial quanto a infidelidade dos homens…)
Um detective privado norte-americano, pessoa experimentada na ingrata tarefa da descoberta e documentação de casos de infidelidade conjugal, declarou que o número dos seus clientes masculinos era sensivelmente metade dos femininos, mas que o número de homens à procura dos seus serviços, para detectarem as facadas no matrimónio das respectivas mulheres, aumentava de ano para ano.
Convém não esquecer que este negócio dos detectives privados, nos Estados Unidos, é uma mina… e que cada um dos adúlteros apanhado com as calças na mão, fica nessa situação por muito tempo, depois de ser completamente despojado dos seus bens no divórcio litigioso movido pela mulher!
Já os maridos dependentes economicamente das esposas, susceptíveis, por isso, de retirarem proveitosos dividendos das separações litigiosas, são muito menos.
Consequentemente, mais do que a tendência monogâmica de cada um dos sexos, estas estatísticas dão conta dos interesses económicos movidos pelo adultério naquele país.
A já citada antropóloga americana Helen Fischer diz-nos que não há razão nenhuma para que as mulheres sejam mais monogâmicas do que os homens. Ao analisarmos as restantes espécies, designadamente os mamíferos (os parentes mais próximos do Homem no reino animal), verificamos que macho e fêmea são igualmente promíscuos.
Na pré-história, mais machos representavam para a mulher mais alimento e maior protecção, factores ainda hoje não descuráveis no processo humano de acasalamento.
Os mais cínicos poderão começar já a pensar que as fêmeas de hoje são de maior alimento… A vantagem na protecção proporcionada por outros machos poderá passar por bons jantares em restaurantes e hotéis de prestígio, jóias, viagens ou outros luxos, os quais, sendo dois ou mais a pagar, tornam-se naturalmente mais acessíveis às carenciadas fêmeas da actualidade!
Mas eu não sou um desses cínicos, pelo que não vou pensar essas coisas das mulheres (ou como muito bem disse Alberto João Jardim: “há quem lhe chame uma filha da putice, mas eu que sou bem educado não digo essas coisas”).
Recapitulando: a mulher adúltera recebe mais atenção, mais protecção, mais alimento e… mais sexo, factor de todo não negligenciável (sobretudo por aquelas que, durante a crise da “comichão dos quatro anos”, sejam solicitadas por homens altos e loiros)!
E o homem? Bem… esse também recebe mais sexo, mas paga as contas todas. Tem de lhes dar a atenção, a protecção, o alimento e… o sexo, factor de todo não negligenciável (sobretudo se o homem for alto e loiro e a visada estiver na crise da “comichão dos quatro anos”)!
Vistas as coisas por este prisma sou obrigado a concordar com a antropóloga americana. Não há razão nenhuma para que as mulheres sejam mais monogâmicas do que os homens… muito pelo contrário! Para elas a infidelidade só traz vantagens, enquanto para eles é um luxo acessível a poucas bolsas.
Na opinião de Helen Fischer, acabaremos por descobrir, à medida que as mulheres se tornarem mais independentes economicamente e melhor aprenderem a expressar a sua sexualidade, que estas são tão adúlteras quanto os homens.
Não sei se será o caso… com tantas vantagens do seu lado eu acho que as mulheres, quando melhor aprenderem a expressar a sua sexualidade, vão ser é muito mais adúlteras do que os homens!
É que elas de parvas não têm nada (ao contrário dos homens).
O problema das estatísticas é que os homens, com tantas bocas para alimentarem, andam sempre tesos… e nem dinheiro têm para pagar os detectives!

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