quarta-feira, 9 de abril de 2008

Rapidinhas e Profiláticos


Num texto anterior já tive ocasião de me debruçar sobre a sempre interessante e controversa temática do tamanho do pénis.
Já sabemos que ninguém quer ficar abaixo da média e que um pénis pequeno, embora perfeitamente capaz de desempenhar com brilhantismo a sua missão na sexualidade humana, é motivo de grandes preconceitos por parte de homens e mulheres.
Curiosamente, estudos recentes, levados a cabo por empresas fabricantes de preservativos, parecem concluir que os pénis andavam mal medidos…
Na verdade, as últimas medições andam a retirar preciosos centímetros à dimensão média do pénis humano, o que alivia muitas consciências mas parece complicar o sono daqueles encarregues de os vestir nos momentos mais íntimos.
Segundo Kinsey o comprimento médio do pénis humano erecto varia entre os 15,75 e os 16,25 centímetros. Contudo os dados colhidos em 2005 pela Lifestyles Condom, Co, apontam para uma média de 14,92 centímetros.
Ao que parece o método utilizado nos anos 40 pelos colaboradores de Kinsey para a obtenção de dados, poderá ter influenciado os resultados que levaram meio mundo a pensar que tinha um pénis abaixo da média.
Este consistiu no fornecimento ao candidato à medição de um postal ilustrado que, na privacidade do seu lar e no pico da erecção, assinalava a tinta junto à extremidade erecta do seu pénis e enviava, provavelmente em regime pré-franquiado, para a Universidade de Indiana.
(Presumo que ninguém avisou os carteiros do conteúdo sigiloso e pouco higiénico da missiva…).
Apesar do postal não estar propositadamente graduado, para evitar que o inquirido soubesse o resultado exacto da medição, não existiu qualquer controlo por parte dos investigadores quanto ao rigor da mesma. Ela era feita de modo totalmente privado e sem nenhuma intervenção dos cientistas.
Claro está que os homens, gabarolas como são relativamente ao seu pénis, símbolo inalienável da virilidade masculina, aldrabaram os resultados, acrescentando uns pozinhos à anónima contagem efectuada para fins científicos.
É o que dá confiar nas pessoas… Então no que respeita ao sexo (e particularmente ao tamanho do pénis) temos de ser como São Tomé… ver para crer! (Aliás, qualquer mulher lhes teria dito isto, se tivessem perguntado…).
Os novos cientistas da Lifestyles Condom já não se deixaram enganar. Arranjaram umas enfermeiras todas jeitosas e montaram uma tenda na praia de Acapulco, no México, cheia de revistas Playboy e similares, esperando que os jovens americanos de férias fossem ter com eles e baixassem as calças a troco de uma T-shirt gratuita e um pacote de preservativos!
(Sem esquecer as enfermeiras jeitosas que, de luvas de borracha nas mãos – que até têm um toque muito sensual, diga-se de passagem – se encarregaram das medições sob o olhar atento e inquisitivo do médico de serviço, a impor o indispensável respeito).
Estas medições, bem mais rigorosas diga-se em abono da verdade, retiraram quase um centímetro à dimensão média do pénis obtida por Kinsey! E isto apesar das revistas e do agradável contacto com as mãos enluvadas das enfermeiras…
Ainda assim a iniciativa ficou aquém das expectativas.
É que do milhar de medições pretendido pela companhia só foram obtidas 300… (o que é estavam à espera ao oferecer uma T-shirt e um pacote de preservativos aos rapazes!)
O que nos leva a crer que apenas os mais gabarolas e orgulhosos do seu pénis foram apresentar-se à inspecção. Não tanto pela T-shirt, mas pela possibilidade gratuita de o exibirem às enfermeiras…
Os menos confiantes nas suas medidas devem ter-se deixado ficar tranquilamente na praia, de calçãozinho vestido, a exibir as suas qualidades viris menos ostensivas às mexicanas…
Pelo que continuo com sérias dúvidas sobre o rigor das estatísticas.
Mas o dado mais curioso do estudo foi a preocupação da equipa com a medição do perímetro peniano, medida de extrema importância para promotora da iniciativa.
É fácil perceber porquê. Se o comprimento não oferece dificuldades de maior aos fabricantes, porque os preservativos desenrolam mais ou menos conforme as necessidades, já a espessura pode trazer sérias complicações.
Não é qualquer um (talvez o Luís de Matos consiga…) que mete o Rossio na Rua da Betesga!
Preservativos muito apertados trazem desconforto e menos prazer aos homens, desincentivando o seu uso. Já preservativos demasiado largos são um perigo!
(Assim ficámos a saber que os menos protuberantes, além de proporcionarem maior prazer às mulheres, são mais férteis, pois nem os preservativos parecem capazes de conter a sua acção fertilizadora…).
Com todas estas preocupações em mente concluiu-se que o perímetro médio do pénis humano (segundo os trezentos magníficos de Acapulco) é de 12,63 centímetros, oscilando, em 75% dos medidos, entre os 11,43 e os 13,97 centímetros.
Face a estas conclusões os técnicos da citada empresa fabricante de preservativos criaram a convicção de que há mercado para um modelo mais pequeno, o qual se adequará muito melhor aos pénis de menor espessura, aumentando a sua eficácia no planeamento familiar do casal e na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
O pior vai ser promovê-lo…
Com tantos complexos dos homens acerca da sua dimensão peniana, os responsáveis de marketing destas empresas vão ter um enorme quebra-cabeças para resolver: como convencer os homens a adquirir o tamanho pequeno de preservativos em vez do maior?
Podem sempre perguntar aos publicitários da Super Bock, que têm feito maravilhas a promover as “rapidinhas” de norte a sul do país…

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