quarta-feira, 9 de abril de 2008

O Meu Pénis é Maior do Que o Teu


Homens e mulheres vivem obcecados pelos tamanhos.
De acordo com as opiniões das suas pacientes, os médicos concluíram que os seios só existem em dois tamanhos: muito pequenos ou muito grandes.
Poucas mulheres estão satisfeitas com o que têm, geralmente ou têm a mais ou têm a menos!
Já os homens estão de acordo quanto ao tamanho dos pénis: só existem em tamanho S (excepção feita àqueles que aparecem nos filmes pornográficos, que, como toda a gente sabe, são feitos de borracha!).
E, ao contrário das mulheres, não conseguem, através da cirurgia, resolver o seu problema. Pelo que os homens estão condenados a viver toda a vida com o complexo de terem um pénis abaixo da média.
Mas porquê os pénis? Porque não os narizes, as orelhas ou os dedos dos pés?
Ninguém se queixa de ter um nariz abaixo da média (já os narizes grandes podem ser problemáticos, mas a mitologia popular encarregou-se de aliviar o fardo dos narigudos atribuindo-lhes equivalência, na generosa protuberância, ao pénis… o que nos trás de volta ao tamanho dos pénis).
Em quase tudo nos satisfazemos com a mediania, menos no pénis.
Uma estatura média não traz complexos a ninguém. Um nariz médio é perfeitamente adequado. Uma boca média é completamente aceitável. Uma inteligência média também não deixa ninguém mal visto. A competência média não envergonha.
Mas um pénis médio não traz felicidade a ninguém!
Nas coisas verdadeiramente importantes, ninguém quer ser médio. O ideal a prosseguir é a abundância. Ligeiramente acima da média é o mínimo aceitável…
Dizem os entendidos que as mulheres comparam emoções enquanto os homens comparam pénis, geralmente através de olhares sub-reptícios nas casas de banho públicas.
Mas um pénis grande faz assim tanta falta?
- Bem, convém não esquecer que as vaginas são capazes de dar à luz uma criança, por isso não deve ser fácil enchê-las – parecem preocupar-se os homens…
Mas segundo os médicos não é preciso muito para satisfazer uma mulher. Muito menos do que os homens imaginam…
A vagina é muito mais pequena do que as suas funções maternais poderiam deixar supor. Na verdade é um órgão elástico com uma notável capacidade de adaptação às dimensões das protuberâncias que o frequentam…
A teoria freudiana do orgasmo vaginal poderá também ter contribuído para a instalação do mito. Mas este conceito hidráulico da sexualidade humana está actualmente muito mal visto e é contestado pela maioria dos sexólogos.
Para o senso comum, se a mulher obtém satisfação sexual através da vagina, quanto mais cheia esta estiver maior o prazer da mulher.
Certo?
Errado. Se assim fosse as mulheres adoravam os partos e tinham orgasmos múltiplos de cada vez que tivessem um filho!
Não há dúvida de que elas gritam muito nesses momentos, mas geralmente não é de prazer!
Um pénis muito grande, ainda que possa ser acomodado na maioria das vaginas (afinal de contas se a vagina consegue, com sucesso, dar à luz um bebé, melhor acolherá qualquer pénis existente…), só tem a vantagem de impressionar quem o observa, qualidade útil para alimentar o ego do seu possuidor, mas pouco interessante no que concerne à satisfação da sua parceira.
As mais modernas teorias da sexualidade tendem a desvalorizar, cada vez mais, o papel da vagina na satisfação sexual da mulher, em detrimento do clítoris.
O clítoris é formado por tecido esponjoso que se enche de sangue quando a mulher fica estimulada. É semelhante ao tecido do pénis, também por isso chamado tecido eréctil.
É certo que existem outras zonas possuidoras de tecido eréctil na vagina, mas a mais importante e acessível durante a actividade sexual é o clítoris.
Mesmo o mediático ponto G, obscuro e evasivo Graal da satisfação feminina, fica, segundo os especialistas, junto à uretra, a poucos centímetros do clítoris. Pelo que, qualquer pénis de tamanho minúsculo lá chega!
Na verdade, é muito mais vantajoso possuir um pénis capaz de penetrar integralmente a vagina, permitindo assim que ambas as regiões pélvicas se toquem, estimulando o clítoris, do que um órgão de dimensões titânicas, cuja inserção total seja praticamente impossível, sem transmitir à mulher uma sensação de desconforto ou mesmo de dor.
Um bom amante não é, assim, o mais bem fornecido quantitativamente no falo, mas sim o mais atento à sensibilidade sexual da mulher. Aquele que melhor a compreender na sua sexualidade, que investir de forma decidida e conhecedora nos preliminares, no estímulo erótico da sua parceira, quer física quer psicologicamente, pela conversação, pela fantasia, pelo despertar dos sentidos para aquilo que proporciona prazer e predispõe para o sexo.
Medir a capacidade sexual de um homem pelo tamanho do pénis é tão ridículo quanto avaliar o talento de alguém pelo seu tamanho.
Mas não julguem que tenho ilusões. Por mais que se bata na mesma tecla, por mais textos que se escrevam sobre a matéria, por mais teorias científicas que desprezem o tamanho do pénis quanto à satisfação proporcionada à mulher no coito, as bombas de sucção fabricadas na Suécia vão continuar a vender-se e os homens vão continuar a sentir complexos se o seu protuberante ajudante não tiver uma dimensão superior à média!
Afinal de contas e segundo dados estatísticos recolhidos pelos cientistas da Pfizer (aquele laboratório americano quem tem ganho rios de dinheiro com o Viagra), metade da população mundial está insatisfeita com a vida sexual que tem, por isso anda insegura.
E quando se anda inseguro é muito mais importante parecer um grande amante do que sê-lo verdadeiramente!
No fundo, nestas coisas do sexo, os olhos também comem… e não há dúvida nenhuma de que um falo proeminente e bem aviado é razão mais do que suficiente para encher de orgulho e de auto-confiança o seu feliz possuidor!
Não é verdade que elas desprezam os baixinhos e se derretem todas com os homens altos e espadaúdos?
Por isso, embora não vamos em grupos à casa de banho, como as mulheres, vamos continuar a olhar sub-repticiamente para o vizinho do lado no urinol público…
Sempre gostava de saber se este parvalhão tem um pau maior do que o meu!

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